História das Drogas
na Holanda
A Holanda, também como a Inglaterra,
esteve
envolvida no comércio de ópio por muitos
séculos.
Na época, sua colônia principal na Ásia
era a Indonésia.
Antes da chegada dos colonizadores Holandeses, o consumo
desse tipo de droga nessa região ainda não
era comum, mas isso mudou quando os comerciantes holandeses
começaram
a importá-la
de países
como a Índia e a Turquia, tornando-se um negócio
muito rentável.
Para proteger este comércio o governo
criou algumas leis que proibiam os estrangeiros de importarem ópio
e proibiram também a produção dele
na Indonésia de modo a protegerem sua importação
de qualquer tipo de competição.
No final do século dezenove, alguns
grupos na Holanda começaram a criticar a forma como
o país tratava a população da Indonésia.
Surgiu então
nessa época algum interesse na obsessão pelo ópio
entre a população. Algumas pessoas reclamaram
da proibição dele aí aconteceram
discussões quentes no parlamento
sobre esse assunto. Frequentemente eram feitas comparações
com o álcool que na época era usado de uma
forma exagerada na Holanda. Argumentaram entre si se o ópio
era ou não mais perigoso do que o álcool,
invocaram-se razões culturais, deixando claro que
seria tão estúpido proibir o ópio
lá como o álcool na Holanda.
De qualquer modo o governo holandês
não queria
perder o rentável negócio do ópio
e com isso optou por prometer que tentaria reduzir os
problemas relacionados com a obsessão por esse tipo
de droga. A maior mudança na política da Holanda,
foi a governamentalização do comércio
do ópio,
sendo assim a sua venda era apenas permitida nos estabelecimentos
do governo. Desta maneira conseguiram controlar a situação,
e continuar a colher rendimentos, até que o Japão
invadiu a Indonésia em 1942.
Entretanto na Holanda, a chamada 'lei-do-ópio'
foi implantada em 1919, que proibia a venda e a posse de ópio
na Holanda. Algumas pessoas pensam que o principal motivo
para a introdução desta lei, foi por causa
da necessidade de combater o contrabando dele
para a Indonésia,
na medida que o consumo era praticamente
inexistente na Holanda, com exceção de pequenas
comunidades de marinheiros chineses que viviam em Amsterdã
e Roterdã, que continuaram o seu consumo, já que
tal prática era tolerada entre eles. Em 1928, e
como resultado de pedidos feitos por outros países,
foram acrescentadas outras substâncias, nomeadamente
a cocaína
e a cannabis. Nessa época não existia na
Holanda qualquer hábito
no consumo destas substâncias .
A marijuana foi introduzida na Holanda depois
da Segunda
Guerra Mundial,
especialmente
por
intermédio
dos soldados e dos músicos de jazz, mantendo-se
o seu consumo sempre restrito a um grupo muito reduzido
de pessoas até ao início dos anos sessenta. Foi
quando surgiu o movimento denominado de "Provo",
um grupo cultural alternativo de jovens, similar ao
posterior movimento "Hippies", que centrava na
provocação
e no achincalhar das autoridades com propósitos
lúdicos. Mas a polícia ainda não
sabia rigorosamente nada sobre a cannabis, exceto que
era contra
a lei. Não sabiam sequer como é que o haxixe
e a marijuana se pareciam. A reação
do movimento "Provo" consistiu no popularmente
chamado jogo de marionete. Eles provocavam as autoridades
para
que pudessem ser presos devido a várias falsificações
de haxixe e marijuana, por exemplo, folhas secas, comida
de cachorro, etc. Frequentemente informavam à imprensa,
sobre os logros, para que assim pudessem ridicularizar
as autoridades. Outra das suas ações era
a "Lowlands
Weed Company" que, explorando uma falha na lei, vendia
pequenas plantas de cânhamo desenvolvidas a partir
das sementes para as aves.
No começo dos anos 70 o governo fez
alguns estudos sobre drogas. O relatório Baan (1972)
e o relatório
Cohen (1975) propuseram a legalização
da cannabis. Mas o governo achou que nessa altura não
o podiam fazer devido aos tratados internacionais e as
perspectivas dos outros países europeus. O relatório
Cohen, se bem que rejeita-se a "teoria do
degrau"(teoria
essa que diz que o consumo de cannabis faz com que o usuário
parta para o consumo de drogas mais
pesadas),
alertou para que no contexto ilícito em que se encontravam
os usuários de cannabis, poderiam facilmente entrar
em contacto com outras drogas. Em 1978 o governo alterou
a lei fazendo então uma distinção
entre drogas leves e drogas pesadas. A partir daí a
posse e a venda de pequenas quantidades de cannabis passou
a
ser considerada uma ofensa menor. A lei baseia-se
na separação do mercado da cannabis do mercado
das drogas pesadas. A venda de pequenas quantidades de
cannabis
nos coffeeshops e em clubes de jovens passou a ser tolerada
em certas condições, já que assim
os consumidores de cannabis ficariam afastados do mercado
negro.
Durante os últimos anos tem existido
alguns novos desenvolvimentos. Primeiro, em algumas cidades
o número
de coffeeshops cresceu rapidamente. Também se desenvolveu,
quer em quantidade quer em qualidade, a produção
local de marijuana. Assim como em algumas cidades perto
da fronteira o turismo relacionado com a droga tornou-se
um problema, em especial devido ao tóxicodependentes
em drogas pesadas. Esta situação é também
resultado da política européia de redução
dos controles de fronetiras. Esta evolução
despertou alguma preocupação em alguns políticos.
Dois dos quatro maiores partidos políticos,
os Cristãos Democratas CDA e o Movimento de Direita
Liberal VVD, querem de tornar a política atual mais
rigorosa. Os outros dois, os Sociais Democratas PvdA e
o Movimento de Esquerda Liberal D66, são a favor
da legalização.
Fonte: Drugtext