Recantos da Holanda
' t Old Maat Uus
"Museu-fazenda" preserva história de Giethoorn Texto: Arnild Van de Velde
Fotos: Marcia Curvo
O museu " 't Old Maat Uus" , instalado numa antiga fazenda adapatada para abrigar seu acervo histórico, é uma das principais atrações turísiticas de Giethoorn. Ali, em quatro diferentes cômodos da construção do século 19, pode-se ter uma visão geral de como viviam os fazendeiros do vilarejo, onde, hoje em dia, as atividades do gênero praticamente foram extintas.
A visita ao museu pode durar até uma hora, caso acompanhada por um guia da casa. A história exposta no 't Old Maat Uus, como explicou Gerrit van Ijsselmulden, que assessorou a execução desta reportagem, reflete diversos aspectos do cotidiano local, como há centenas de anos - até 1950. Acervo Na primeira parte do acervo, disposta no que costumava ser o celeiro da fazenda, o visitante terá a oportunidade de conhecer aspectos do comércio, ensino e da vida em sociedade.
Brasileiros terão um momento de nostalgia ao observarem o armazém(quitanda, venda) e os bancos escolares(carteiras), como conhecemos até hoje em várias localidades do nosso país.
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Entre os objetos ali expostos, destacam-se uma incubadora - isso mesmo - a carvão e um conjunto de gravuras, desenhos e pinturas através dos quais se ensinava história e geografia às crianças. "A vida fora de Giethoorn era apresentada ao nativo desta maneira", lembrou van Ijsselmulden. Assim era possível ao cidadão "giethoorniense" saber, por exemplo, como seria a capital, Amsterdã, distante hora e meia dali, nos dias atuais.
Ainda neste salão, jóias, roupas - na cor preta, para homens e mulheres, embora às mulheres coubesse o direito de usar toucas brancas, de crochê ou tricô, aos domingos e dias festivos. Estas mesmas toucas, adornadas com fios de prata ou ouro, indicavam a origem e a posição social de sua dona.
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Um passaporte emitido em 1871 dão ao turista uma idéia de como a vida, naqueles tempos, já era
um tanto organizada.Diversas ferramentas, um exemplar do tradicionalíssimo Tjasker (moinho d'água), usado para regular o nível da água até
os anos 20, e uma demonstração de como são feitos os telhados de sapé, muito comuns em Giethoorn, completam o mostruário. |
O museu ainda guarda o "passado pescador" do vilarejo. Mas, interessante mesmo são as bicicletas: as femininas eram dotadas com uma lâmpada de composto de carbono e luvas para aquecer as mãos das ciclistas. Já as masculinas portavam uma tabela de impostos - uma herança dos anos 30.
No espaço que costumava abrigar o estábulo, o acervo se destaca pelas ferramentas usadas para a remoção do musgo. A extração do mesmo contribuiu para o desenvolvimento de regiões não irrigadas da própria Giethoorn e do nordeste de Overijssel.
O "museu-fazenda", um projeto viabilizado na segunda metade dos anos 80, data da reforma de suas instalações guarda, porém, outras relíquias surpreendentes para quem nasceu no novo mundo: nos ambientes destinados a retratar a vida em família, fica-se sabendo, por exemplo, que as pessoas costumavam dormir sentadas e que não havia quartos; as camas eram localizadas numa espécie de armário embutido, construído na sala ou até mesmo no que se podia chamar de cozinha.
O espaço destinado à mulher era "otimizado" para que esta cumprisse seus deveres de dona de casa e mãe. Do fogão, onde preparava a comida, a mulher podia observar os filhos e monitorar os acontecimentos da casa. A "sala de visitas" era reservada a acontecimentos e visitas especiais. Aliás, a chamada "porta da rua" só podia ser aberta em duas ocasiões: ou para a entrada da noiva, ou para a saída de um caixão.
Cozinha com fogão à lenha |
Vaso sanitário portátil usado pelos judeus nos esconderijos |
Cadeira para refeições de crianças. No detalhe, uma vasilha com carvão para aquecimento |
Cômodo usado como sanitário |
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