O
Parto Na Holanda
Andréa Amaral de Almeida Prado
Na Holanda, 35% de todos os bebês nascem em casa. O parto
domiciliar é quase rotina. A taxa de cesárea é
menor que 10%. A gravidez tende a ser vista como uma fase especial
na vida de uma mulher e não como uma doença. O parto
é visto como um processo normal: doloroso mas compensador.
O uso da anestesia peridural ainda é raro e cursos de preparação
para o parto (normal) proliferam...
Os partos de baixo risco são acompanhados por obstetrizes,
que costumam trabalhar em cooperativas de 3. É possível
optar por um parto domiciliar ou um parto hospitalar, sempre com
a obstetriz. Na Holanda, a obstetriz não é uma enfermeira
com especialização obstétrica, como no Brasil.
Para tornar-se obstetriz, é necessário fazer um curso
superior específico que dura 4 anos. Existem 3 escolas de
obstetrizes no país e cada uma recebe por volta de 40 alunas
por ano (a Holanda é um país pequeno de apenas 15
milhões de habitantes). A formação é
considerada tão boa que os estudantes de medicina aprendem
a fazer parto normal com elas. Ao se formar a obstetriz é
registrada junto ao estado e pode escolher trabalhar só com
partos domiciliares ou então no hospital.
O obstetra só entra em cena quando há alguma indicação
médica específica, ou seja, quando a gestação
é de risco. É ele quem faz a cesárea, quando
necessária. As obstetrizes também não podem
usar nem o fórceps nem o vácuo-extrator. As relações
entre obstetras e obstetrizes são, em geral, boas, caracterizadas
por um respeito mútuo. Existe um sistema de graduação
usado para indicar o "grau de risco" da mulher. Grau "A"
quer dizer que a mulher será atendida por uma obstetriz;
"B" significa supervisão de um obstetra; "C"
quer dizer que a mulher será atendida exclusivamente pelo
obstetra e "D" significa um parto no hospital mas atendido
por uma obstetriz.
No parto domiciliar, o atendimento é realizado exclusivamente
pela obstetriz e uma enfermeira-auxiliar. Depois do parto, ela (a
obstetriz) cuida da mãe, avalia a placenta e o bebê
(não há pediatra presente) e vai embora umas 2 horas
depois. A auxiliar fica com a mãe e a obstetriz volta nos
dias seguintes para ver se está tudo bem.
A enfermeira-auxiliar dá 8 dias de assistência pós-parto,
tanto depois do parto hospitalar quanto depois de um parto em casa.
Ela passa 8 horas por dia na casa da nova mãe, cuidando dela,
de seu bebê e até da casa! Seu papel consiste em ensinar
os cuidados com o bebê, receber as visitas, preparar as refeições
e também limpar a casa.
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