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O Natal

Adriana van den Broek

 

A folhinha me diz que é novembro, e isso me faz lembrar que, no Brasil, já era tempo de montar a árvore de Natal, e "vestir" a casa de guirlandas, festões e bolinhas coloridas. Pedir para os sobrinhos mandarem um e-mail pro Papai Noel, espertamente endereçado por meu irmão a esta que vos escreve, caçar brinquedos difíceis, comprar presentinhos pro resto da família, "the works".

Cheguei na Holanda em maio, e em novembro ainda não tinha começado meu curso de integração. Comecei a notar as lojas, ainda em outubro, se enchendo de chocolates, os grandes magazines caprichando mais no layout dos brinquedos, aqui e ali promoções de roupas. Distraída que sou, nem notei que toda loja tinha um Papai-Noel mais magrinho, e cadê o trenó? Vai ver que aqui as crianças não acreditam em trenós voadores, preferem ver o bom-velhinho a cavalo. Foi só quando vi um negrinho beiçudinho no lugar dos anões ajudantes do Papai Noel que eu percebi que tinha alguma coisa diferente acontecendo, e uma amiga então me explicou o Sinter Klaas. Ah, que legal, pensei eu, é como ter Natal dobrado.

E conforme o fim de novembro se aproximava, mais o frenesi aumentava. Todo mundo alegre nas lojas, as ruas enfeitadas, gente nos barzinhos e restaurantes cheios de sacolas. E vendo tudo isso eu pensava: nossa, se agora está assim, imagina daqui a um mês, perto do Natal? Eu já imaginava gente cantando e pulando pelas ruas, aqueles "caroles" americanos ( pessoas que cantam canções natalinas nas ruas ) em cada esquina, papais-noéis bochechudos nos shoppings ( Eindhoven tem 3 shoppings, wow! ). Preparei os chocolatinhos e marzipans pro sapato do meu marido no dia 5, trocamos presentinhos e poeminhas engraçados, jantamos peru, e ficamos a noite toda olhando a árvore de Natal, eu imaginando nosso primeiro Natal juntos na Holanda.

No dia seguinte, cadê todo o povo, cadê os enfeites, cadê aquela alegria toda? Sumiu! Me senti a personagem principal do livro "Skipping Christmas" de John Grisham, será que todo mundo "pulou" o Natal? E o fim de dezembro ia chegando, e nada do povo se animar. Comprei brinquedos para mandar pros meus sobrinhos em liquidação, saldo do Sinter Klaas. Liquidação de brinquedo no meio de Dezembro? E a cada ligação para o Brasil, acompanhava com a minha família os preparativos para a festança, os quitutes, os presentes, as roupas novas, e aqui na Holanda nada. O jeito seria ficar em casa assistindo filmes natalinos para lembrar da data, trocar presentes, fazer nossa ceia especial, mas nem nisso a TV holandesa colaborou: em que país nenhum canal passa filminhos tipo "Esqueceram de Mim", "Grinch", "Férias Frustradas no Natal"? Tive que recorrer à DVDs.

Este foi o início da minha depressão de inverno, aprofundada por mais quatro meses de céu cinza e árvores "peladas". Aprendi que sou presa fácil para esta depressão, e que todos os anos vou ter que "driblar" este Natal xororô. Instituí então que os Van den Broek viajam todos os anos nessa época. Ano passado fomos ao Brasil, este ano estaremos indo aos EUA. Escolhi ir para a Disneyworld em Orlando porque não há lugar no mundo onde o Natal seja celebrado mais do que lá. São árvores gigantescas, presépios lindos com os personagens da Disney, zilhões de luzinhas quando o sol se põe. Mas o que mais me toca é aquele mundo de crianças de olhos fixos no Papai Noel que aparece em cada "Parade", a alegria deles ao verem seus personagens favoritos vestidos para o Natal, é uma energia incrível. Depois desse mês de férias, infelizmente somente 12 na DisneyWorld, espero voltar "recarregada" pra 2006, pra mais três meses cinzas, para os constantes desafios da adaptação na Holanda.

E você, como foi seu primeiro Natal na Holanda?


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