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Maria Bethania Sardeiro dos Santos
é goiana, mestre em Educação Brasileira atua na área de Educação Matemática na UFG.  Mora atualmente em Deventer, mas seu sonho é levar o marido holandês- definitivamente - para o Brasil. Gosta muito de música, diferentes tipos de leitura, fazer novos amigos,animais, natureza e coisas típicas de Goiás.

 

Quem sou eu? Quem é você, Susana Jas?*


Maria Bethânia S. dos Santos

Viver em outro país sempre nos faz pensar: nas diferenças entre as atitudes, nas convenções, nas posturas, no que parece comum, no que nos causa espanto.
Será  que somos tão diferentes assim?
Se quase sempre o que o ser humano busca é  a felicidade, então somos todos iguais.
Se todo mundo procura seu lugar ao sol, então quais são as nossas diferenças?
Bom..
Acredito que a diferença esteja no que você faz enquanto busca algo maior. Na forma como você lida com o stress, na maneira como você lida com o outro.
E aqui, eu iria um pouco mais além, na forma como você PERCEBE o outro.
Quem‚ esta mulher?
Uma estrangeira a mais?
Pela cor do cabelo..seria ela turca? americana? latina? africana?
O que faz esta mulher aqui? Por que veio para cá ?
O que ela procura?
Será  que gosta de doce ou prefere salgado?
O que não teve no país dela que procura aqui?
Ser  que tem cultura? berço? educação?
Que livros já  leu? Que shows já  assistiu?
O que ela tem para contar?
O que poderíamos aprender com ela?
O que fez ela mudar?
Será  que conhece outros lugares?
Veio para ficar ou estaria só de passagem?
O que temos a ganhar com ela aqui?
No meu imaginário seriam estas algumas questões necessárias para
a gente “tentar” conhecer alguém perdendo o extremo mau gosto de
pré-julgar. Quem julga não pergunta, pois acredita que já sabe.
Mas, conhecer‚ é muito mais do que perceber.
É notar o que as palavras não dizem. E isso leva tempo.
Em culturas diferentes então, isso requer muito aprendizado.
Observações...”estudo” do outro no que ele tem de mais peculiar.
Afinal, usamos outros códigos. Outros sinais.
Até‚ nossa linguagem corporal "fala" diferente.
Muitas vezes, melhor não perguntar.
Outras vezes, o ideal -  é  interferir.
Em algumas situações é mais saudável apenas observar.
E até chegar o momento em que possam nos perceber, entender - para então nos conhecerem,
resta-nos a opção de não encolhermos, não nos intimidarmos.
Enfretarmos a Rainha de Copas tal qual Alice - mesmo sabendo que não estamos no País das Maravilhas?
Ou será  que estaríamos?


*Dedico este texto – com carinho – à Susana Jas.

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