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Maria Bethania Sardeiro dos Santos é goiana, mestre em Educação Brasileira atua na área de Educação Matemática na UFG. Mora atualmente em Deventer, mas seu sonho é levar o marido holandês- definitivamente - para o Brasil. Gosta muito de música, diferentes tipos de leitura, fazer novos amigos,animais, natureza e coisas típicas de Goiás.
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Os donos da verdade
Maria Bethânia S. dos Santos
Se tem uma coisa que me assusta muito são as pessoas que acreditam serem as detentoras da verdade. As palmátorias do mundo, que estão aqui para educar a humanidade através dos seus conselhos, textos, comentários ou ensinamentos cheios de “sabedoria”.
Em todo e qualquer momento de crise – seja ela política, social ou religiosa – sempre aparecem aqueles que são as verdadeiras “luzes” da inspiração e que, mais do que isso, se prestam ao serviço nobre de guiar todo o resto dos menos iluminados que ainda não “enxergaram a verdade”.
Mas, o que é a verdade? Quem a tem? Existe “uma” verdade única e absoluta?
Existiria uma forma para podermos detectar qual verdade seria mais “verdadeira” do que a outra?
Pense comigo.
A verdade não passa necessariamente pelo subjetivo? Pelo pessoal? Pela influência do partido político? Pelos ideais? Pela forma que fomos educados? Pelas lentes das nossas crenças em termos religiosos? Se existe toda uma gama de coisas que nos fazem ter, cultivar e criar nossas verdades, então como dizer que um ou outro tem “a” verdade?
A sua verdade pode não ser a minha. A minha verdade pode ser uma grande mentira pra você.
E então? O que fazer? Desacreditar de tudo e de todos?
Se a dúvida é o princípio da sabedoria, então o melhor é duvidar sempre?
Para os apaixonados – lutar e brigar para que a sua verdade seja a aceita pela maioria?
Para os menos ousados – aquietar-se e resolutos nos seus silêncios deixarem que o tempo seja aquele que vai dizer quem tinha mais verdade?
Não sei, gostaria de ter todas as respostas. Quem não gostaria?
Com certeza a vida até seria mais fácil, mas perderia um pouco da graça.
Nos embates é que mostramos o quanto os nossos argumentos são bons. É pelo questionamento dos outros que medimos (meço) nossas (minhas) (in)certezas. É pelo olhar crítico do outro que me construo porque através dele me revejo – se tenho humildade para aceitar que ainda tenho muito a aprender.
Mas, se acredito que estou pronta, que sei tudo, que resta aos outros ouvirem e aceitarem sempre – é sinal de que já ultrapassei o limite da arrogância. Desaprendi que a vida é muito mais do que nos é dado em frações. Que a vida é mistério. Que mais do que tentar impor a qualquer custo as minhas verdades, melhor – muito melhor – é refletir sobre elas.
Será que aquilo que você chama de sua verdade, é sua mesmo?
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