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Clarissa Mattos - Baiana de Salvador, administradora de empresas e pós-graduada em Marketing e E-Business, nos últimos anos tem atuado nas áreas de comunicação e marketing. Hoje mora em De Bilt e, além de música, cinema, literatura e fotografia, adora conhecer novas pessoas, lugares e culturas.
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Relato de uma muvuca Real
Clarissa Mattos
Se ela soubesse que de Rainha já foi em transformada em coelha por um erro de pronúncia* desta buitenlander** que vos digita, não ia gostar que justamente eu escrevesse uma coluna sobre o seu dia. Essa não seria a primeira história com coelhos e Rainhas, não é mesmo? Mas isso já é uma outra história. Voltemos ao 30 de abril na Holanda.
Era uma vez uma Princesa, chamada Juliana, que nasceu em 30 de abril e reinou num pequenino país de 1948 a 1980, quando abdicou em nome da sua filha Beatrix. Essa por sua vez, estabeleceu a data nascimento da sua mãe como o Dia da Rainha - o grande feriado nacional e principal festa do minúsculo país. Beatrix, assim como sua mãe, casou com um estrangeiro e seu filho não fugiu à tradição, desposando uma sul-americana. Ontem, a Rainha teve o seu dia comemorado em um caldeirão multicultural, num dia de primavera com um céu de brigadeiro e sol pra brasileiro nenhum botar defeito.
Eu que cheguei aqui há pouco tempo, claro que estava morrendo de vontade de ver essa festa . Tenho que confessar que não esperava muita animação desse povo com quadril talvez mais rígido do que as suas agendas. Pois não é que, para minha surpresa, encontrei um mar de gente trajando laranja nas mais criativas formas. Em lugar dos apressados rostos preocupados, vi sorrisos espalhados por todo canto e muita música. Já estava aqui na Copa do Mundo, período em que as pessoas também vestem o amado e real cor-de-abóbora, mas em termos de criatividade, não há comparação.
Uma outra tradição, onde vi muita originalidade, foi o vrijmarkt (feira livre). Haja liberdade e criatividade! Os holandeses fazem uma boa faxina em casa e com ajuda das crianças, colocam tudo à venda por preços de festa mesmo. Só para dar uma idéia, vi pessoas alugando cadeiras e colchões para descanso por alguns minutos, outras oferecendo um serviço de encontros amorosos na multidão, teclado de computador, roupas usadas, sapatos, tampinha de garrafa, livros, louça, tudo mesmo. E você pensa que as pessoas não compram? Vi até alguns compradores à noite com lanternas para melhor avaliar os artigos expostos. Tudo isso com muita música ao vivo, muita música eletrônica, DJs, cantores, dança, teatro, jogos tradicionais. A cada esquina encontrava uma performance diferente.
E a Rainha nisso tudo? Pela TV, vi que a Rainha visitou a cidade de Den Bosch em companhia de membros da Família Real, assistiu algumas apresentações dedicadas à ela, além de claro, haver uma desfile Real pelas ruas da cidade escolhida. Confesso que que ao assisitr algumas apresentações, fiquei com pena da Rainha e dos ouvidos reais de toda a família.
Apesar de ser uma celebração Real, o que vi foi uma manifestação pra lá de popular. Me lembrou de certo modo as festas populares no Brasil com o vai e vêm das pessoas, muvuca, música, cheiro de comida, alegria, fantasias. E claro, que como boa baiana, me lembrei de dois de fevereiro quando em Salvador, celebramos o dia de outra Rainha, da Rainha do mar. Mas isso também já é uma outra história, talvez um conto de além-mar. Vai ficar para as próximas. Não, não estou falando de colunas; próximas férias, é claro!
*Coelho: Konijn, Rainha: Koningin
**Buitenlander: estrangeira
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