Paula Lima abre o Brazilian Summer Sessions em Amsterdã
Texto: Clarissa Mattos
Fotos: Ron Beenen
Com uma homenagem a São Paulo, o Brazilian Summer Sessions iniciou mais uma temporada no último sábado na capital holandesa. E a noite prometia. No programa estavam previstos a exibição do documentário Versificando, que é uma verdadeira viagem sobre a improvisação poética do Brasil, seguido do show da diva do soul-samba-funk brasileiro, Paula Lima, plena representante da diversidade cultural paulistana.
Este ano, a temporada do Brazilian Summer Sessions unirá duas formas de arte. Em todos os eventos sempre haverá a exibição de um filme, seguido de muita música. Os que chegaram mais tarde e não puderam assistir o Versificando perderam uma excelente oportunidade de conhecer mais a fundo a arte do improviso poético brasileiro. Paulo Caldas, diretor do documentário, conseguiu explorar com muito humor as mais variadas vertentes desse tipo de arte. Uma aventura que começa com os tradicioanis repente e embolada, jongo e o cururu e que vai até os mais recentes gêneros do improviso como o samba de partido-alto, rap e hip-hop. A produção arrancou gargalhadas e também emocionou a platéia.
Mas todos esperavam por ela, Paula Lima. E com um Bimhuis de sala cheia, ela entrou. Confesso que demorei um pouco para me focar na música. A presença da cantora é tão marcante que a nossa atenção se volta toda para a sua bela figura e há uma confusão de sentidos. Impossível ficar indiferente diante da beleza e elegância da artista. Mas o tempo passa e ritmo, melodia e a belíssima voz se confundem com imagem e tornam-se uníssonos.
O interessante da música de Paula Lima é que ela consegue conjugar samba, funk, rock e soul de forma singular e coerente. Tudo isso emoldurado numa atmosfera de muita simpatia e envolvimento com o público. Ela arriscou várias frases em holandês, improvisou no inglês e convocou tradutores na platéia. Enfim, a postura de diva resumiu-se à sua voz e beleza.
A base do show foi o DVD gravado em 2008, Samba Chic. Uma reunião dos seus hits como Guarda-Chuva, lembrando os tempos de Funk Como Le Gusta, Quero Ver Você no Baile, Negras Perucas e tantos outros. Tudo com muita malícia e balanço. Foi difícil permancer sentado e a casa quase vira uma Gafieira S.A. Ela fez uma festa e a Fundação A Hora do Brasil mais uma vez estreou com sucesso um evento que já virou uma tradição de boa música brasileira no verão holandês.
Os músicos Webster Santos, na guitarra, Marcelo Mariano no baixo, Marcos Levy nos teclados e Jefferson Otto na bateria acompanharam Paula Lima.
Confira o Programa do Brazilian Summer Sessions
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-11/06/2010