Comunicação Humana é o canal por onde a alma se manifesta. É através dela, clara ou obscura, que podemos avaliar o caráter de alguém. São pelas palavras expressas, adornada com os gestos, que idéias e sentimentos se manifestam, abrindo ou fechando os caminhos do relacionamento entre as pessoas.
Saber ouvir e saber falar exige um aprendizado eterno, ao mesmo tempo em que nos livra de sofrimentos como o arrependimento e a culpa, emoções desnecessárias, se atentássemos para a verdadeira elegância da alma, que independe de poder econômico, da formação escolar, porque procede do estágio e da maturidade de cada um.
Um dos piores ruídos da comunicação, capaz de fazer grandes estragos na vida das pessoas e das organizações, é o boato, a fofoca, pois tendo a palavra a força de uma palavra atirada ao alvo, uma vez lançada, é quase impossível deter as suas conseqüências. Muitas vidas já foram arranhadas por essas garras, vítimas de expressões carregadas de maledicência.
Refletindo em um texto antigo, traduzido por Dinah Rodrigues e publicado numa revista de Yoga, “As três peneiras de Sócrates” mostra a profundidade e a sabedoria do filósofo grego, para quem a busca da virtude, do bem, do belo e do sublime é condição essencial para a verdadeira felicidade do homem.
“Um dia, um homem todo agitado se aproximou de Sócrates:
- Escuta, Sócrates, como sou teu amigo eu vou te contar...
- Espera, O que você vai me contar passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? – perguntou o homem.
- Isto mesmo, meu amigo: três peneiras. A primeira é a verdade. Você já pensou bem se o que você vai me contar é verdade?
- Não... eu só ouvi dizer e...
- Bem, bem. Mas certamente você fez passar pela segunda peneira, a da bondade. Será que, mesmo que não seja verdade, pelo menos é qualquer coisa boa?
- Não, pelo contrário...
- Vamos, então, tentar a terceira peneira e vamos perguntar se é algo de útil isto que te agita tanto?!
- Útil? Não exatamente...
- Muito bem, disse o sábio, se o que você tem a me dizer não é verdadeiro, nem bom, nem útil, esqueça e não pense mais nisso, assim como eu.
(Ieda de Paula – autora de “Do Chão de Fábrica à Presidência”– Viagem na Palha de Arroz, Uma História de Amor Diferente, Ômega)