Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo
O Governo brasileiro tomou conhecimento de que o Conselho formado pelos
Ministros da Justiça dos países-membros da União Européia (UE) aprovou
ontem, 25 de setembro, as bases de um "Pacto Europeu sobre Imigração e
Asilo", cujos pontos principais contemplam novas normas restritivas à
migração.
A decisão dá seqüência a uma preocupante escalada de medidas tomadas
em âmbito europeu que, a pretexto de combater a imigração ilegal e estimular
a regularidade, reforçam predisposição negativa à migração, generalizam
critérios seletivos e abrem margem a controles que, na prática, podem se
revelar arbitrários e atentatórios aos direitos humanos.
O Governo brasileiro reitera os termos da nota oficial que emitiu em
18 de junho passado a respeito da denominada "Diretiva de Retorno" européia,
em que lamentou a percepção desfavorável que difundia da migração e
assinalou seus efeitos contrários a uma desejada redução de entraves à livre
circulação de pessoas e a um mais amplo e pleno convívio entre os povos.
O Brasil, que acolheu generosamente e sem discriminações milhões de
estrangeiros, sobretudo europeus, espera que os países da UE, ao deliberarem
sobre o "Pacto" na reunião do Conselho Europeu que se realizará em outubro,
levem em conta suas experiências históricas e os benefícios que auferiram
com o fenômeno migratório, evitando iniciativas que criem novos fatores de
divisão entre países de origem e recepção de imigrantes.
O Governo brasileiro defende firmemente o direito de ir e vir das
pessoas e vem reforçando política de apoio aos seus nacionais no exterior.
Coerente com essa posição, redobrará a vigilância em relação a medidas que
possam afetá-los em violação a normas humanitárias e de convivência
consagradas universalmente.
26/09/2008
Fonte: Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
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