TEMPO NA HOLANDA |
|
TEMPO NO BRASIL |
|
|
|
Patrocine este autor anunciando aqui |
|
|
|
|
|
|
|
|
Por Daiana Vasquez |
Outro dia minha experiência na metrópole de Haia me deixou com um gostinho amargo na boca. Lá vou eu entrando no Tram (bonde ou veículo leve sobre trilhos) e me esqueci que a minha Strippenkaart (uma espécie de cartão que a gente compra com antecedência e carimba ao entrar nos meios de transportes públicos) já estava toda gasta. Quem bom que eu tenho 20 euros, pensei eu, senão iria ter que dar uma paleta até a estação de trem.
Ledo engano. O motorista não só não aceitou meus 20 euros como não teve a menor paciência de esperar eu contar os meus trocados pra saber se juntando todas as moedas espalhadas na minha bolsa enorme chegava aos 1 euro e 60 centavos que eu precisava pagar pra chegar até a estação.
Eu tinha 1 euro e 45 centavos. Ele queria que eu descesse do Tram. Meu argumento de que eu tinha que ir trabalhar não fez nem ele piscar. Ele me disse que eu tinha que tentar o próximo Tram ou ônibus pra ver se ele tinha trocado.
História boba essa, né? Eu não achei quando estava nessa situação. Ainda mais que não dá pra descrever aqui o tom utilizado pelo motorista mal-educado, somente citar que foi bastante desagradável.
E todo mundo ao redor? Essa é a melhor parte. As pessoas também não piscaram. Fingiram que não era com elas. Aliás, não era com elas mesmo, né? Eu pensei, que mundo é esse? Todo mundo vira as costas pra não ver, e de propósito. Seguem a máxima (individualista): cada um por si e nenhum Deus por todo mundo.
Bem, nem todo mundo. Uma senhora, que não parecia das mais abastadas, me ofereceu o que estava faltando pra eu não ter que ser obrigada (era bem capaz do motorista chamar a polícia) a descer do Tram.
Lição do dia: nem todo mundo ignora o próximo, ou ainda, há pessoas que ainda conseguem enxergar o próximo.
O que me intrigou mais foi que, passando a régua, eu fiquei mais irritada com o comportamento do motorista grosseiro e das pessoas indiferentes (de tão tolerantes que são) que isso abafou a minha satisfação em encontrar alguém disposta a dar - simplesmente. A pergunta é: por quê? Com certeza alguma necessidade minha não atendida... um caso mais para um terapeuta do que para um blog.
Mas e as outras pessoas? As indiferentes? Quais são as necessidades delas não atendidas que as levam a se comportar dessa maneira? Não deve ser medo de ficar 15 centavos mais pobre, né?
***
Eu fico imaginando, essa minha história não é absolutamente nada comparada com outras tantas histórias de outras tantas pessoas necessitadas de verdade, que de tanto serem ignoradas já quase não existem mais
- 10/06/2008
Comente
aqui:
Se o link para os comentários não abrir , clique em "atualizar página" no seu navegador.
|
|
|