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03/12/2006 - Acusado de matar menino em escola é identificado


Hoogerheide - Julien C., 22, acusado de matar o menino Jesse Dingmans, 8, é antilhano/surinamês e irmão de criação de um colega de sala da vítima. O crime aconteceu na manhã da sexta-feira, 1. de dezembro, dentro da escola primária freqüentada pelas duas crianças, em Hoogerheide, cidade de oito mil habitantes, no sul da Holanda. A versão inicial do assassinato diz que o menino teria se afastado de uma atividade de grupo para buscar os deveres de casa que havia esquecido na sala de aula. Ele foi encontrado morto por sua professora, com uma facada no pescoço, quando a mulher estranhou a demora da criança e saiu em sua busca.
 
C. foi detido logo em seguida como o principal suspeito do crime, mas só ontem a polícia holandesa revelou mais detalhes das investigações. O acusado não confessou a morte e ainda não há conclusões sobre as circunstâncias em que ela aconteceu. A menção à sua origem não-holandesa dividiu a opinião de quem comentou o artigo do "De Telegraaf"  deste domingo. Enquanto alguns protestaram contra o que chamaram de discriminação("Eu nunca li que um holandês branco matou alguém", escreveu um leitor), outros viram uma oportunidade de criticar a tolerância holandesa. " Wilders, het woord aan jou"(Wilders, com você, a palavra) escreveu outro, referindo-se ao político Geert Wilders, herói da cruzada anti-imigração na Holanda.
 
Julien C. tem antecedentes criminais. Em Hoogerheide, ele morava com os pais de criação, caratecas e esgrimadores de fama internacional, assim como o é seu pai biológico, Eric C., antilhano residente na Holanda. Pai e filho não se viam desde a época em que o primeiro se separou da mãe de Julien, uma antilhana que proibiu o contato entre os dois, segundo Eric. No ano passado, Eric C. visitou o filho na prisão, em Berg op Zoom, onde ele cumpria pena por furto em loja "ou coisa parecida", como revelou ao jornal "De Telegraaf", através do qual ele soube da acusação a Julien.
 
Na prisão, contou Eric ao jornal, Julien não parecia se lembrar do pai, que se recorda dele como uma criança que não dava trabalho. O pai de criação - ou sogro, segundo informação de Eric C. ao "De Telegraaf" - se disse preocupado com o filho Yuri, 8, coelga de sala de Jesse. "Ele não está nada bem. Está é a nossa preocupação inicial e nela estamos nos concentrando", disse, abatido.
 
À polícia, Julien C. causou a impressão de estar absolutamente tranqüilo. A mesma calma foi notada pelo advogado dele H. van Asselt. "Ele não parece alguém que cometeu um ato terrível, ou então ele deve ser um insano completo...".  Van Hasselt foi comedido em revelar a personalidade de seu cliente que amanhã será conduzido a um comissário da justiça. O crime está sendo investigado por uma equipe de 30 pessoas. Hoje cedo, uma homenagem ao Jesse Dingmans teve lugar na igreja de Hoogerheide. De acordo com o jornal holandês, com 400 lugares,  a igreja seria pequena para o número de atendentes, estimado em mais de mil pessoas.

Fonte: De Telegraaf
Redação: Arnild Van de Velde

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