Economia leva governo Lula à popularidade histórica
Rodolfo Torres
Brasília - O bom momento da economia brasileira é o principal motivo para a popularidade recorde do governo Lula. Pesquisa CNI/Ibope divulgada nessa quinta-feira (27) aponta que a aprovação do governo é de 58%. Esse é o melhor desempenho desde 2003,a no do primeiro mandato do petista.
“No nosso ponto de vista, não há razão que prevaleça sobre as outras para explicar o índice, a não ser o bom desempenho da economia, que está impactando no conjunto de indicadores da pesquisa”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marco Antônio Guarita.
Por sua vez, as menções de “ruim” ou “péssimo” totalizam 11%. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas, em 141 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
“A população faz análise objetiva, na medida em que há uma geração de empregos formais, na medida em que os programas sociais atendem a milhões e milhões. Acho que as pessoas, ao fazerem a avaliação, estão fazendo sob sua própria experiência. Não tenho elementos conclusivos, mas analiso assim”, disse o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Por sua vez, a oposição exerceu o seu papel. “Eu vejo um presidente com popularidade dirigindo um governo sem credibilidade. São coisas diferentes: popularidade pode ir e até voltar; credibilidade não dá mais para reconquistar", alfinetou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
“O general Médici teve 85% de aprovação no Brasil. Era presidente de uma ditadura e torturava nos porões do país”, alfinetou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). “Isso para mim é o que menos importa. O que importa é banir do país a ineficiência administrativa e a corrupção”, complementou o senador piauiense.
Um pouco mais moderado foi o senador Almeida Lima (PMDB-SE), que protagonizou nesta semana as cenas de maior confronto na CPI dos Cartões. Apelando para instrumentos regimentais, ele tirou a paciência dos senadores oposicionistas. Aos gritos, ele o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) discutiram. O baiano pediu respeito, pois estava inscrito “pela ordem” para falar. Lima, que pediu “questão de ordem” (que tem prioridade), sugeriu que o senador baiano fosse ler o regimento interno na "escolinha do professor Raimundo".
“Eu prefiro ficar entre uma e outra: continuar fiscalizando as ações do governo no que diz respeito à sua postura ética e moral e, ao mesmo tempo, aplaudindo o governo naquilo que ele faz de correto, que é atender às demandas mais populares da sociedade brasileira", declarou o sergipano sobre a pesquisa CNI.
Precavidamente, apesar de afirmar diversas vezes que a crise na economia americana não vai atingir o Brasil, o presidente Lula fez hoje uma declaração durante o Fórum Empresarial Brasil-México, realizado no Recife (PE). O petista afirmou que telefonou para o presidente norte-americano, George W. Bush, pedindo que ele resolvesse a atual crise que abala a economia dos Estados Unidos.
“Eu liguei para ele para falar: Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer, agora que a gente está crescendo você vem atrapalhar? Resolve a sua crise”, afirmou o presidente brasileiro.