PT desautoriza coligação com tucanos em Belo Horizonte
Rodolfo Torres
Brasília - A Executiva Nacional do PT divulgou nessa quinta-feira uma resolução por meio da qual desautoriza o partido a se coligar com o PSDB na eleição municipal de Belo Horizonte (MG).
“A Comissão Executiva Nacional decide: comunicar ao Diretório Municipal de Belo Horizonte e ao Encontro Municipal para definição de tática eleitoral, que não autorizará, em nenhuma hipótese, o PT a participar de qualquer coligação da qual faça parte o PSDB naquela capital”.
De acordo com o partido, o significado simbólico dessa aliança “extrapola a dimensão política de um simples acordo municipal”, uma vez que “contraria a posição definida pelo Diretório Nacional para a política de alianças e desrespeita a avaliação política do próprio Diretório Regional de Minas.”
Segundo a nota, o Diretório Nacional do PT e o Diretório Estadual de Minas Gerais “consideram o governo Aécio Neves uma administração comprometida com políticas frontalmente distintas daquelas que compõem nosso ideário e o nosso programa de governo.”
Na quarta-feira, ao sair da cerimônia de posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), destacou que ainda espera do PT uma manifestação favorável sobre uma coligação PT-PSDB para a prefeitura da capital de Minas. “O que existe em BH é a algo sintonizado com a população, que quer que continue uma boa parceira entre Estado e município. Espero que o PT compreenda o que a população quer”, afirmou o Aécio.
Em relação à eleição presidencial, o tucano, que é sondado pelo PMDB para disputar o Planalto em 2010, avalia que o seu partido deve se manifestar no final de 2009. Em relação à discussão sobre a possibilidade de terceiro mandato consecutivo para o presidente Lula, o tucano foi enfático: “No Brasil não há espaço para isso.”
“O Governo Aécio não se coaduna com o que o PT quer para Minas Gerais e muito menos para o Brasil. Reafirmamos nossa oposição programática ao governo estadual, conforme Resolução do 3º Congresso Estadual, em razão de ações como: mínimos investimentos na área social, ausência de participação popular, falta de transparência no gasto público e sua concepção de estado mínimo”, destaca a resolução petista.
Por outro lado, os petistas vão aproveitar a alta popularidade do presidente Lula para emplacar suas candidaturas nas próximas eleições municipais. Ao todo, 17 deputados federais do PT são pré-candidatos à prefeitos. Sete deles podem concorrer às prefeituras das capitais de seus Estados em outubro. São eles: Ângela Portela (RR) – Boa Vista; Dalva Figueiredo (AP) – Macapá; Francisco Praciano (AM) – Manaus; Maria do Rosário (RS) – Porto Alegre; Nazareno Fonteles (PI) – Teresina; Nelson Pellegrino (BA) – Salvador; e Walter Pinheiro (BA) – Salvador.
A resolução do Diretório Nacional do PT ainda lembra aos candidatos que “as alianças com o PSDB e com o DEM (ex PFL), em cidades com mais de 200.000 habitantes, capitais dos Estados e cidades que transmitem horário eleitoral de TV, só poderiam se dar como exceção e mediante autorização da CEN [Comissão Executiva Nacional]”.