Janelas de Amsterdam
Sérgio Godoy
A mulher holandesa conseguiu o direito do voto em 1919.
O movimento feminista perdeu-se então até o
final dos anos sessenta. Em 1967 Joke Kool-Smit articulou
argumentos feministas em seu livro ‘Het Onbehagen
van de Vrouw’ ( O desconforto da mulher ), o qual
tornou-se definitivamente uma referência no assunto.
Em 1968 Smit fundou o grupo MVM,Man-vrouw-maatschappij
( homem-mulher-sociedade ) com o propósito de acabar
com o estereótipo do sexo...
Mais radical e alternativo que MVM, o Dolle Mina, fundado
em 1969 logo ficou conhecido por movimentos de rua no
qual se cantavam “ Fidelidade para sempre,
mas quem irá limpar a torneira da pia? ”.
Durante os anos setenta mais grupos foram sendo criados até chegar ao
reconhecimento de um “corpo” político e estudos sobre a mulher.
A lei do aborto foi aceita em 1981 e em 1985 já se era possível
fazer aborto em hospitais públicos. No final dos anos oitenta, feminismo
foi absorvido dentro do governo. Em qualquer cidade da Holanda existe alguém
responsável por assuntos relacionados à mulher.
Amsterdam tem uma atitude mais relaxada em relação
à prostituição do que drogas, mas
ao contrário
da fama, isso não faz de Amsterdam uma cidade com
alto índice de problemas. A cidade é limpa
e calma. No Red Light District, prostitutas trabalham atrás
de vitrines, são orientadas com informações
sobre proteção contra doenças transmissíveis
atráves do sexo, como também são registradas
oficialmente em suas categorias. Prostituição
nas ruas é ilegal.
A Holanda originalmente descriminalizou homossexualismo em 1811. O Monumento-Homo é o
primeiro no mundo a lembrar a memória de gays e lésbicas
que foram executados durante a ocupação nazista. O forte movimento
de direitos aos gays e lésbicas dos anos sessenta e setenta chocou alguns
moralistas mas ganhou tolerância. A discriminação na Holanda é proibida
por lei; cor, raça, preferência sexual. Cada indivíduo é responsável
por suas próprias escolhas e atitudes com a sociedade em que vive. Mas
isso não quer dizer que a Holanda seja totalmente livre de discriminação
ou criminalidade. Existe um programa de integração fornecido
pelo governo para cada estrangeiro que aqui venha morar, diversas associações
de ajuda para diferentes necessidades. A Holanda é um país com
grande multiplicidade de diferentes culturas, pequeno e super-lotado.
Não só no Brasil como em qualquer outra sociedade ainda temos
que lutar muito contra qualquer tipo de discriminação; há mulheres
espancadas por seus maridos, falso-moralismo e muita degradação
aos direitos humanos; gays e lésbicas são violentados e mortos
somente pela preferência sexual. Há mal ensino nas escolas e um
sistema social de pouca qualidade e quantidade. Se fizermos uma melhor contribuição
dentro da sociedade em que vivemos, por mais pequena que seja, e colocarmos
nossas idéias contra qualquer tipo de opressão, estaremos contribuindo
positivamente para um processo de melhoria e igualdade para todos.
Alguns dados foram pesquisados nos livros: The Netherlands
in Perspective, Martinus Nijhoff
The Embarassment of Riches, Harper Collins