BOCADILLO DE JAMON
Sérgio
Godoy
Comparar
cidades é correr o risco de cair dentro
de alguma injustiça; mais ou menos como julgar pessoas,
cobrar comportamentos…
Passei
cinco dias em Madrid e essa cidade me surprendeu bastante
não só pela arquitetura monumental,
mas também pelo acesso às artes. O fundamental
Museu do Prado e 0 Thyssen Bornemisza, só para mencionar
dois, é um mergulho às cores e formas de grandes
pintores Espanhóis e estrangeiros. O parque del Buen
Retiro com o magnífico Palácio de Cristal,
o Jardim Botânico com ostensivas e variadas plantas,
o movimento constante na Puerta del Sol e o fantástico
bairro que leva o nome de Chueca, onde a noite abre-se em
total euforia, com centenas de bares e restaurantes.
Se
Amsterdã algum
dia foi considerada a capital gay da Europa, hoje já não é mais. É só ir
a Chueca para comprovar. Há também bonitos
restaurantes com decoração minimalista e
próprio
menu por menos de 10 Euros. Apenas dois pontos negativos
sobre duas atrações turísticas: o
Palácio
Real e o mercado de rua El Rastro, que nada mais parece
que um gigantesco Waterlooplein. E ao contrário
do que sempre me disseram, os madrilenhos são simpáticos
e prestativos.
Sai
de Madrid em um dia de radiante sol para chegar em Amsterdã com chuva e frio. Logo no aeroporto já pude
constatar o típico comportamento do Holandês;
sempre querendo ser o primeiro, empurra, passa por cima e
não pede desculpas. O transporte público que é bastante
devagar e caro, as caras fechadas e mal-humoradas.
No
dia seguinte saí para jantar e fui ao Joordan à
busca de um pequeno e confortável restaurante e
o encontrei, mas sem a mesma receptividade de um restaurante
em Madrid e um menu bastante simples por 36 Euros.
Nos últimos
anos Amsterdã perdeu
todo o glamour que tanto a fez famosa. Ainda mantém
seu charme com os bonitos canais e tenta de todas as formas
promover entretenimento, mas definitivamente enfraqueceu
muito. De repente tornou-se uma das cidades mais cara
da Europa, obviamente perdendo para Londres e Paris, mas
ainda assim, o custo de vida aumentou tanto que todos os
dias ouve-se reclamações.
A tolerância inverteu o barco, a máfia estrangeira
e holandesa marcaram território. No supermercado é possível
ver duas senhoras brigando pelo último pote de pindakaas
ou a vizinha reclamando assustada da família mulçumana
que mudou-se ao lado de sua casa.
O
governo impondo retrições no país
que sempre se orgulhou de ter uma mentalidade aberta, positiva
e com uma economia forte, deixa a máscara cair e revela
o outro lado da moeda.
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