ESSE
SENHOR
Sérgio
Godoy
Em
Rembrandtsplein
Rembrandt
observa
Ávido
pombo
Branco ácido
no ombro
-
A cabeça bronze de Rembrandt
Sentado
em um banco
Nulo
observo
Esse
senhor
Caminha
em círculos
Largos
gestos com braços destemidos
Fala
sozinho
Desconheço
o significado
De
seu diálogo
Ilógicos
sons projetados
Mastigo
como testemunha
O
pão que me serve
Porque
domingo é assim
Turistas
com sacolas
O último
souvenir
Mas
Rembrandt sempre estará
Carregando
seu nome nas diferentes horas do dia
E
esse senhor
Sombra
abandonada
Vaga
ruas conhecidas
Onde
Amsterdã é sua morada
No
bolso encardenado das lembranças
A
mão não mais lhe cabe
Meu
olhar cruza folhas caídas
O
vento de outono
Brinca
em meu rosto, carícias
E
o céu que cobre a tarde
Esconde
a luz que prometia
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