ART ROTTERDAM
Sérgio Godoy
Esqueçam
as pinturas com barquinhos, pôr-do-sol,
flores, pequenas frutas sobre uma
mesa. Esqueçam as pinturas
decorativas e na verdade, esqueçam
até mesmo os impressionistas,
simbolistas, futuristas e dadaístas...tudo
isso está no passado. O artista é responsável
pela representação da época
em que vive. Hoje o jovem artista quer
novas perfomances, novos trabalhos conceptuais
e novas imagens em vídeos. Mas ainda
são influenciados por artistas
que “chocaram” o público
durante a década de 90; tentam
quase que em vão se distanciarem
de Marc Quinn, Damien Hirst, Sarah Lucas,
Tracey Emin. Mas não há muita
escolha se não usar da “influência” de
outros artistas que por sua vez foram
influenciados por artistas anteriores
a sua geração. Arte é fruto
de um só ventre, ramificações
que se espalham em todas as direções.
Domingo
passado estive em Roterdã para
visitar a feira de arte anual: The
International Art Fair of The Netherlands.
Obviamente é uma
feira de arte representando galerias
e seus artistas. Nada a comparar com
uma Bienal de São Paulo ou Veneza,
mas minha expectativa era ver algo que
fosse me tirar o “fôlego”,
algo inovativo na cena artística
dos países participantes. Mas
muito pouco chegou a chamar minha atenção.
O mesmo conceito de idéias deixou-me
com a sensação de que poderia
ter feito algo diferente com meu domingo.
Mas ainda que a arte alí representada
por galerias comerciais não trouxera
temas que provocam controvérsias, tais
como, violência, sexualidade e
politíca, não trouxera
também motivos como: flores, barquinhos,
nús femininos e natureza-morta.
O que já é um grande alívio à imagem
da arte contemporânea.
Podemos
ainda muitas vezes ao olharmos um
objeto de arte que não satisfaz
nosso próprio conceito de beleza,
perguntar: Isso é arte?
Mas
como julgar o que é bom ou
ruim? Talvez tudo dependa da perspicácia
e da livre escolha dentro da preferência
de cada um.
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