UM
AUSTRÍACO
EM AMSTERDÃ
Sérgio Godoy
O
pintor austríaco Egon Schielle
(1890 – 1918) é famoso
por retratar, em seu trabalho expressionista,
temas como sensualidade e violência.
Há ainda aqueles que o chamam
de pornógrafo. Em seus desenhos
o corpo humano é representado
em formas contorcidas onde tanto o corpo
feminino quanto o masculino, traçam
uma linha quase teatral e se abrem sem pudores
dentro do espaço manuseado
pela mão do artista. O grande
número de auto-retratos - cerca
de uma centena - produzidos por ele,
testemunham que Schielle pode ser considerado
como um observador atento à sua
própria pessoa; uma exultação
narcisista.
Profundamente
influenciado por outro pintor Austríaco,
Gustav Klimt, Schielle manteve-se à distância
de outros artistas que iniciavam o fervor
da cena artística em Paris.
O
museu Van Ghogh abre suas portas
ao mundo de Schielle e cria uma união íntima
com o grupo de dança holandês
criado por Krisztina de Châtel.
Com perfomances diárias, o público
aproxima-se com intensidade à representação
de um dos pintores que apesar de ter
falecido jovem, ainda hoje influencia
novas gerações de artistas.
Na Holanda, por exemplo, a talentosa
Marlene Dumas deixa visível em
suas pinturas a mesma fascinação
pela forma humana que tanto instigou
Egon Schielle.
Um
dos melhores horários para
visitar essa exposição é na
parte da manhã onde onde há
uma liberdade maior de locomoção
entre uma pintura e outra. No decorrer
do dia há perfomances esporádicas.
A minha primeira experiência com
Schielle foi em uma sexta-feira à noite,
onde havia também três músicos
brasileiros que cantavam bossa-nova no
saguão do museu.
A
diversidade de pessoas ali presentes
também criava um clima especial;
idosos, jovens e crianças, absorvidos
pelas poses explícitas de mulheres
e homens enlaçados; "No mundo
particular de Egon Schielle" – Museu
Van Ghogh – de 25.03.05 até 19.06.05
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