DAY OFF NA HOLANDA... NA PISCINA E NA FILA !
Susana Jas
Hoje me decepcionei com um lado dos holandeses que eu até já havia percebido, mas preferia não comentar para não ser rotulada de reclamona, como muitos conterrâneos gostam de fazer.
A Holanda já é um país muito bem irrigado, mas, como se não bastasse, também muito bem “equipada” em termos de piscinas. Há piscinas para todos os lados e para todos os gostos: abertas, fechadas, tropicais, com tobogã, água morna, água fria.
Há algo muito positivo aqui na Holanda: nadar faz parte do currículo escolar. Pelo menos até os 10 anos, toda criança já recebeu seu diploma A e B de natação. Isso, para eles, é uma questão de sobrevivência. Numa terra cercada de água por todos os lados, saber nadar é essencial.
Meu filho veio para cá quando estava apenas comecando a aprender a nadar no Brasil e, acompanhei a “maratona” que é isso por aqui. As piscinas contam com voluntários para ensinar as crianças, portanto, todos nadam eximiamente, mas nem todos têm tato para ensinar. Às vezes chega dar angústia em ver os pequenos “golfinhos” a todos pulmões para acompanhar a voz de comando dos “mestres”.
Essas mesmas piscinas, estão sempre abertas ao público que, mediante pagamento de anuidade ou entrada individual oferecem divertimento e “relaxing time”, hidroginástica, domingo para as famílias , etc...
Até aí tudo bem, nada extraordinário.
A questão é que eu estava acostumada com o fato que, no Brasil, há médicos nas piscinas. Eles examinam a possibilidade de fungos nas unhas, entre dedos, axilas e virilhas e outros problemas que podem ser sérios ou contaminar outras pessoas. Sabe-se que a água é tratada, mas, um cuidado extra sempre é bom. Qual não foi minha surpresa que isso não existe por aqui !!!!!! Se pagou, pode entrar... é só’.
A agua é cheia de cloro (já vi mulheres com cabelo descolorido saindo da piscina com reflexos esverdeados) e a cada 1 hora um funcionário vem coletar amostra da água para verificar a quantidade de coliformes fecais (bactérias presentes nos intestinos e usadas como indicadores da qualidade sanitária da água) e seus “adjacentes”...
Cansei de sair do vestiário e passar por “nativos” com um terrível odor nas axilas. Ou seja, a piscina é o toalete público, falando a grosso modo. Eles devem se perguntar: para que tomar banho em casa se vão entrar na água mesmo assim e, na saída tem de tomar banho de novo ?
Na fila, hoje pela manhã, quando íamos nos informar sobre a anuidade familiar, quase vomitei ao ver uma mulher à minha frente, toda bem trajada, perfumada e, com sandálias... as unhas do pé estavam tão compridas que deixariam Zé do Caixão envergonhado das suas e a cor variava entre o marrom da sujeira e um verde-amarelado de fungos.
Eu falo isso porque aqui na Holanda, fui vítima de fungo numa das unhas de um pé, e, depois disso, não tive mais coragem de entrar nessas piscinas. A água recebe cloro, mas as pessoas caminham por tudo, sem falar nos banheiros e vestiários, úmidos, com o chão nem tão limpo assim. Depois de um sério tratamento, que fez com que eu perdesse a unha afetada e nascesse uma nova em folha, fiquei curada, e hoje, fico só na platéia (no gramado) e, aqui em casa, quem vai, deve levar um banho de Canesten spay nos pés ao voltar.
A Holanda, como a maioria dos paises europeus, ainda deixa muito a desejar no quesito higiene.
Uma pena, afinal, poderiam ter aprendido um pouco mais com nossos índios, já que ficaram tanto tempo por lá no passado.
Aliás, também pude observar, que o comportamento dos holandeses em filas é lamentável. Reclamões, se fazem de rogados para passar para a frente, e, definitivamente, nem sempre respeitam normas.
A julgar pelos holandeses que vi hoje e os que encontrei como turistas na Alemanha, posso garantir que a organização, limpeza e respeito às normas, cabem bem somente quando dirigidas para os outros.
Ou, como está escrito no livro "Undutchables": para cada holandês seria necessaria uma coroa. Todos querem ser donos da razão.
Bem que poderiam ter razão e ao mesmo tempo ser limpos, né ?
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