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Susana Alves-Jas
nasceu no Rio Grande do Sul, na região da Serra, Licenciada em História e Pós-Graduada em História da América Latina pela Universidade de Caxias do Sul. Gosta de música, passear, fotografia, de estar com a família, AMA animais e conhecer novas culturas.
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Considerações sobre fazer amigos no exterior

Susana Jas

 

Minha primeira redação para esta coluna, foi justamente versando sobre esse tema:  fazer amigos, estando fora do nosso país.

Volto a tocar no assunto, dando outro enfoque e ênfase.  Ressalto que é apenas minha opinião, baseada em fatos vistos e vividos.  A amizade é um tema vasto e que, felizmente, abriga milhões de opiniões.  Para cada um, há um relato diferente. Dissertar sobre amizade, exige primeiro que delimitemos algumas coisas para não incorrer no erro de generalizar.

O que é um amigo ? Alguém, de carne e osso, presente nas horas de riso e dor, pronto para ajudar,ouvir, aconselhar e “puxar orelha”, e, mil e outras definições que estão dentro das nossas expectativas.

Óbvio que, quem espera isso de um amigo estando no Brasil, vai esperar o mesmo estando no exterior.  A questão é que, a maioria dos “amigos do peito, de fé” que fizemos no Brasil, cresceram conosco.  E’ uma amizade com raízes, há o conhecimento da convivência, do contato pessoal,  dos conflitos e das horas boas.

Chegando no exterior, sentindo a necessidade básica de convivência e de afeto (leia-se, amigos), partimos com avidez em busca deles. Diante da barreira do idioma, a primeira reação é buscá-los no meio dos conterrâneos, que podem , aparentemente, “dividir” conosco a saudade de tudo.  Nessa carência e fase de quase “cegueira” emocional, atiramo-nos com sede ao pote e, não raro, muitas vezes nos decepcionamos.

Por que isso acontece ? Por que temos vergonha de sermos seletivos, coisa que éramos no nosso país de origem ? A que ponto a internet pode ser responsabilizada pelas nossas decepções ? Mil perguntas.  Tenho certeza que cada um tem suas mil perguntas e mil respostas, talvez.

Na maioria das vezes, esquecemos que a maioria dos conterrâneos que encontramos aqui, caíram em nossas vidas “de para-quedas”.  Não lhes sabemos a origem, as verdades, dores e amores.  Projetamos neles nossas expectativas de amigos, sem ao menos dar o tempo ao conhecimento.  Isso, se ha’ contato pessoal, porque muitos contatos começam e terminam sem que nem um contato pessoal aconteça.  Resultado óbvio :  decepções.
Consequência óbvia:  generalização = nenhum conterrâneo presta.

Bem, o que parece que todos esquecem é que, ninguém muda por simplesmente mudar de continente.  O brasileiro que embarca no avião lá no Brasil, é o mesmo que desembarca aqui.  É preciso aprender a não criar ilusões, principalmente as que a internet favorece.  Como li na crônica do Rogério, um brasileiro que vive no exterior: “não se iluda com as fotos do Orkut ou internet, ninguém coloca no Orkut uma foto vestindo uniforme de faxineiro, limpando escritório com o aspirador nas costas e tomando esporro do supervisor chinês. Ninguém coloca foto do marido chegando toda sexta em casa bêbado de mal conseguir andar. Ninguém coloca foto pegando trem e ônibus pro trabalho todo dia.(...)”

Não podemos culpar unicamente o outro por criarmos mitos ou pessoas inexistentes.  E’ preciso buscar conhecimento antes de abrir a guarda.
E, buscar amigos que tenham algo em comum com você;   que gostam de passear, ou que gostem de artesanato, ou que gostem de esporte, ou que gostem da cervejinha no final do dia, ou que gostem de falar de trabalho, maternidade, ou, seja lá qual for sua preferência.  Ficar num círculo (mesmo que seja na internet), com pessoas que fazem coisas que são totalmente gosto oposto, pode gerar insatisfação e pode ser ponto de origem de muita fofoca.  Quem já não ouviu reclamações do tipo : “fulano só fala em trabalho...  fulana, só pensa em gastar dinheiro... beltrano, só fala em Deus... cicrano, só fala em viagens...”   Para isso, a solução é simples:  não se aproxime de pessoas que vivem no dia-a-dia, coisas que você não suporta.  Na internet, é só deletar ou bloquear... ainda mais simples. Parece masoquismo ficar perto de coisas contrárias, só para ter do que, ou de quem reclamar.

“Todos nós temos a tendência de querer o que não nos pertence, ou achar que fulano tem demais. O problema é quando essa “tendência” interrompe nossa harmonia com nós mesmos e com o próximo. Muitas pessoas passam seus dias a duvidar da felicidade do vizinho, a desejar que o outro decepcione-se com o novo emprego ou novo investimento, quando isso não acontece, hum...dói. Já outros acham que são melhores e únicos, até o momento que o seu melhor amigo, ou o irmão o excede... sai de baixo.
Tomem cuidado: a inveja, vaidade e concorrência são inimigas da amizade.” , segundo Maria Manuela Benstein.

Qual seria a solução ?
Infelizmente, não há fórmulas prontas.  A experiência traz a sabedoria e a capacidade de distinguir. Mesmo assim, é preciso exercer a capacidade de desculpar, de ouvir e de dialogar. E deixar que o tempo, que continua sendo senhor das verdades, faça a parte principal. Não esqueçamos que não podemos colocar a carreta à frente dos bois.

 

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